Um grupo de pesquisadores brasileiros lançou um abaixo-assinado online pedindo a repatriação do fóssil do Irritator challengeri, dinossauro retirado
ilegalmente da Chapada do Araripe, no Ceará, e mantido há mais de três décadas na Alemanha.
O fóssil está desde 1991 no acervo do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart. Em julho de 2023, uma carta aberta com cerca de 2 mil assinaturas foi enviada ao Ministério da Ciência, Pesquisa e Arte de Baden-Württembeg. O documento foi endereçado à ministra Petra Olschowski e solicita providências para a devolução
do exemplar ao Brasil, sem que até o momento tenha havido resposta oficial das autoridades alemās.
"Após dois anos esperando, seguimos sem uma resposta por parte do museu e das autoridades
alemãs. Não podemos mais aceitar esse comportamento como normal. O patrimônio cultural brasileiro é explorado e retirado do território nacional desde os tempos coloniais, e estas práticas predatórias continuam a marcar a maneira como países europeus lidam com nosso país, nossa cultura e nossos bens mais valiosos", afirma o texto do
abaixo-assinado.
O Irritator challengeri foi descrito em 1996 por uma equipe formada exclusivamente por cientistas
estrangeiros, com base em um fóssil adquirido no mercado ilegal e sem qualquer autorização do
governo brasileiro.
O artigo que descreve a espécie
não informa o local exato da coleta, mas indica que o material é proveniente da Formação Romualdo, na Bacia do Araripe. Tampouco há menção a licenças
de coleta, exportação ou estudo.
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